Rosa do Deserto - Bahia Blanca - Argentina - Coletada em 1999
A rosa do deserto de Bahía Blanca, na Província de Buenos Aires, Argentina, é uma formação mineral clássica de gipsita, sulfato de cálcio hidratado, que se desenvolveu em ambientes áridos ligados a antigos sistemas evaporíticos continentais. Essas peças se formaram quando águas ricas em cálcio e sulfato infiltraram sedimentos arenosos e, sob condições de evaporação lenta e constante, permitiram o crescimento radial dos cristais, criando estruturas que lembram flores mineralizadas no tempo. Durante esse processo, grãos de areia ficaram incorporados entre as lâminas cristalinas, reforçando o aspecto orgânico e natural que caracteriza esse tipo de formação.
Em Bahía Blanca, o contexto geológico está associado a antigas planícies lagunares e áreas de influência costeira, marcadas por ciclos repetidos de inundação e secagem. Esses ciclos foram essenciais para a cristalização da gipsita em rosetas bem definidas, geralmente com lâminas espessas, bordas nítidas e coloração que varia do bege claro ao marrom arenoso, refletindo tanto a composição química da solução quanto o sedimento hospedeiro. Não se trata de um fóssil, mas de um registro mineral direto das condições ambientais e climáticas do passado geológico recente da região.
Exemplares provenientes de coletas realizadas em 1999 possuem hoje um valor adicional de procedência histórica, já que muitas das áreas originais sofreram alterações significativas ao longo das últimas décadas, seja por expansão urbana, agricultura ou atividades industriais. Isso transforma essas rosas do deserto em documentos geológicos preservados, representando um ambiente que já não pode ser observado da mesma forma atualmente.
