A moldavita é um dos vidros naturais mais fascinantes do planeta, formada há cerca de 15 milhões de anos durante o impacto de um grande meteorito na atual região da cratera de Ries, no sul da Alemanha. O calor e a pressão extremos gerados pela colisão fundiram as rochas da crosta terrestre, lançando material derretido na atmosfera, que se resfriou em queda, solidificando-se no ar antes de atingir o solo. Esses fragmentos vítreos caíram principalmente sobre a região da atual República Tcheca, especialmente na área da Boêmia do Sul, onde são encontrados até hoje — e onde recebem o nome de moldavitas, em referência ao rio Moldava (Vltava).

Trata-se de um tectito, ou seja, um vidro de impacto natural, composto principalmente por sílica (SiO₂), com coloração verde oliva a verde escuro translúcida, textura irregular e, muitas vezes, superfície esculpida por processos naturais de corrosão ao longo dos milênios. As moldavitas são conhecidas por suas formas alongadas, gota, discoide ou quase aerodinâmicas — como se ainda guardassem o traço da viagem atmosférica que as moldou.

Além do valor científico — sendo um dos poucos tectitos com local de impacto e data bem definidos —, a moldavita é muito valorizada por sua beleza natural, raridade e energia simbólica. É amplamente usada em joalheria e buscada por colecionadores e praticantes de terapias naturais que a associam a transformação, proteção e conexão com o cósmico.