Amonita Puzosia (Anapuzosia) sp. - Ref003
As Puzosia (Anapuzosia) sp. da Formação Água Salada, na Venezuela, são amonitas cretáceas de grande importância científica e estética, representando os mares tropicais do Aptiano, no início do Cretáceo, há aproximadamente 125 a 113 milhões de anos. Nesse período, a região hoje ocupada pelo norte da América do Sul estava submersa por extensos mares rasos e quentes, conectados ao antigo oceano Atlântico em abertura, um ambiente ideal para a diversificação das amonitas.
O gênero Puzosia, e em especial o subgênero Anapuzosia, é caracterizado por conchas de enrolamento planispiral relativamente evoluto, com voltas largas, flancos suavemente convexos e uma ornamentação marcada por costelas finas a moderadas, geralmente regulares e elegantes. Diferente de amonitas jurássicas mais robustas, como Perisphinctes, as Puzosia exibem uma morfologia mais fluida e “limpa”, refletindo uma adaptação a um modo de vida mais ativo na coluna d’água, provavelmente como nadadores eficientes em mar aberto.
Os exemplares da Formação Água Salada costumam apresentar excelente preservação, muitas vezes com a concha parcialmente ou totalmente substituída por calcita, preservando detalhes delicados da ornamentação e da geometria da espiral. Em alguns casos, o relevo é suficientemente bem definido para permitir estudos taxonômicos precisos, mesmo quando a identificação fica restrita ao nível de espécie indeterminada, indicada pelo uso do “sp.”. Ainda assim, essas amonitas são extremamente valiosas como fósseis guia, pois o grupo Puzosiidae é amplamente utilizado na correlação estratigráfica do Cretáceo Inferior.
No colecionismo, as Puzosia (Anapuzosia) da Venezuela se destacam por unir sofisticação morfológica, contexto geológico bem definido e relativa raridade no mercado quando comparadas a amonitas africanas mais comuns. São peças que comunicam claramente a transição entre os mares jurássicos e os ecossistemas cretáceos, sendo ideais tanto para coleções científicas quanto para exposições que buscam contar a história da expansão dos oceanos e da evolução das amonitas no Cretáceo inicial.

